sexta-feira, 9 de maio de 2008

Reflexão: "A maRvada carne".

O filme "A maRvada carne", é um filme que mostra a vida das pessoas no campo, os famosos "caipiras".O filme vai bem afundo nesse ponto mostrando em ricos detalhes a simplicidade, a educação e o cotidiano daquele povo rural. No elenco encontramos Fernanda Torres no papel de "Sacarula" e Regina Cazé como o "Diabo". O filme do gênero comédia vai muito além do que simplesmente entreter o publico.
Apresenta várias propostas de reflexão, o que é ponto positivo pro filme. A começar pelo titulo "A maRvada carne", se você prestar atenção o filme possui uma variante lingüística regionalista o que pode dificultar a compreensão dos diálogos dos personagens para quem assisti o filme pela primeira vez, mas também é um ponto positivo para o diretor q buscou a maneira raiz com o qual as pessoas do campo falam. Isso é bom para quem assistir o filme perceber as influências de ambas as partes afinal nos dias de hoje a lingüística regionalista sofreu influências em relação ao estado de São Paulo e suas cidades mais elevadas na questão de educação e economia, e por outro lado a influência que a lingüística regionalista teve na grande São Paulo que possui todas as variantes lingüísticas até agora conhecidas- segundo minha leitura.
A brincadeira que foi feita com o titulo do filme achei incrível! Observem no encarte da capa do filme ou mesmo no menu do dvd q o titulo esta com a letra "R" em destaque na palavra marvada.- Exem: "A maRvada carne".
Podemos entender de duas formas:
.Mostrando a maneira caipira de se dizer marvada com a letra "R" arrastada...
.E fresando o desejo do personagem do filme Nhoquim, em conseguir a sua tão sonhada carne de boi e ao mesmo tempo conseguir outra carne que seria a mulher Sacarula ao contraí-la em matrimonio-essa é a ipotese mais aceita, embora o "R" destacado ficaria desvalorizado diante essa explicação-segundo minha leitura.
Já o enredo da história eu gostei muito. Porque foi bem elaborado e tem ligações boas. È bem simples a história por isso é agradável, mas não se enganem, pois existe uma complexidade que envolve a história. Fora o que já foi citado acima sobre, a lingüística regionalista, a subliminar mensagem do título podemos perceber as ligações do filme as crenças. Em alguns trechos do filme percebemos as crenças religiosas que aquele povo simples do campo tem. E também podemos perceber até as ambições, por incrível que pareça os personagens daquela região tão simples tem ambições embora tão simples quanto eles. A principal é do personagem Nhoquim que cansado da vida simples decide sair dos cafundó para comer a sua carne de boi, que depois se depara com Sacarula uma mulher extremamente simples que tem a ambição de se casar, e judia de seu Santo Antonio o qual não cumpre o pedido de arranjar um esposo para a moça. Uma conhecidência bem planejada do filme, pois apartir desse encontro entra a proposta do titulo do filme, a moça caidinha de amor por Nhoquim promete que ao se casar com ele terá uma festa de noivado ao qual será assado o boi. Então marvada carne se refere à carne de boi que Nhoquim tanto deseja comer e a carne em um
Termo um pouco erótico que fica em segundo plano o filme todo que é a carne da moça Sacarula ao contraí-la em matrimonio. Conflitos gerados pela comunicação no momento em que o personagem Nhoquim chega na cidade, ao tentar se comunicar com um malandro que se passa por um vendedor de televisores, o malandro tenta vender uma tv para ele e menciona o carnê (forma de pagamento feito por um talão do qual é destacados mensalmente a folha de pagamento com o canhoto do comprovante que fica com o devedor, método adotado principalmente em lojas também conhecido como pagamento a prazo) e Nhoquim entende como carne (alimento). As diferenças do campo e da cidade que ficam obvias quando Nhoquim e Sacarula se mudam para a cidade como a casa de alvenaria diferente da de sapé que eles moravam no campo e suas roupas que também ficam evidentes. E o fator principal ao qual sem, o filme não teria sentido ou enredo é a "cultura". Esse se torna o fator principal no filme. E podemos até tirar disso uma filosofia de distinção entre as pessoas do campo e da cidade.
As pessoas do campo sempre humilde e simples, sem muitos objetivos e perspectivas de vida plantando nas lavouras o seu sustento, não tem um conhecimento profundo sobre artes, ciências, matemática e português, mas apesar disso podemos perceber um vocabulário muito rico e articulado para uns até complexo o que prova que as pessoas do campo tem qualidades boas na comunicação. São sempre vivos e alegres. A quem os chame de chucros um termo bem pejorativo, mas podemos perceber uma extrema educação que eles possuem, talvez imposta pela maneira simples ao qual vivam essas pessoas. Até seus objetivos são simples como o do próprio Nhoquim que fica o filme inteiro para conseguir comer um pedaço de carne de boi.
Comparando com o pessoal da cidade no ponto de vista positivo: vemos um povo simples que não tem intereces materiais grandes e talvez alcancem a felicidade mais fácil. Já no ponto de vista negativo as más condições de vida e falta de acesso a escolas.
Esse é o ponto filosófico - segundo minha leitura.
A reflexão do filme fica ao ponto de vista de quem assiste o filme e se aprofunda no estudo dos termos apresentados no conjunto geral do filme:
- A Cultura, região, a variante lingüística, as crenças, o folclore mesclado na cultura, os ideais e valores atribuídos pelas personagens, etc...Lembrando que a cultura é a base para o estudo do filme podendo estudar seus costumes e sua caracterização e seu cotidiano até chegar a conclusão do filme.
Um filme bem dirigido com os personagens bem explorados assim como o enrredo todo, pontos fortes na caracterização e lingüística regionalista usada no filme.

Rodrigo Gomes Teodoro nº13 1ºA
Reflexão do filme "A maRvada carne"

Um comentário:

Prof.Eduardo de Campos disse...

Rodrigo, ficou ótima a sua reflexão, parabéns cara! Há alguns pequenos erros ortográficos, porém sua forma de analisar as situações superam as espectativas e os erros. Continue assim.